Mês da Amazônia: exposição destaca fotografia amazônica e preservação ambiental
O público pode conferir exposição que reafirma a relevância de uma produção fotográfica reconhecida internacionalmente como uma das mais potentes expressões visuais da Amazônia e da fotografia contemporânea artística.
Setembro é considerado o Mês da Amazônia, período que reforça a importância da maior floresta tropical do planeta para o equilíbrio climático, a preservação da biodiversidade e a sobrevivência das comunidades que nela habitam. Em sintonia com esse debate, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB Brasília) recebe, até 2 de novembro, a exposição inédita Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará. A mostra interativa reúne cerca de 170 obras de 11 fotógrafas de diferentes gerações, apresentando um retrato plural da Amazônia a partir do olhar feminino, atravessado por temas como território, ancestralidade e resistência.
Com curadoria de Sissa Aneleh, a experiência vai além da fotografia tradicional, oferecendo recursos como realidade virtual, sala aromática e instalações sensoriais que transportam o público para dentro da floresta. A exposição não apenas celebra a potência artística da região Norte do Brasil, mas também convida os visitantes a refletirem sobre os impactos das mudanças climáticas e a urgência de preservar esse bioma vital. A entrada é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 21h, com acesso às galerias até 20h40, no CCBB Brasília, que fica no Setor de Clubes Esportivos Sul. Os ingressos poderão ser retirados no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria.
A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil e Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, com coordenação e produção do Museu das Mulheres. Veja a seguir como algumas artistas traduzem, por meio da fotografia, a complexa relação entre natureza, cultura e preservação, reforçando que a lente também pode ser uma ferramenta de ativismo ambiental.
Paula Sampaio trabalha com fotojornalismo e documenta comunidades ribeirinhas e quilombolas do Pará. Suas imagens retratam a resistência dessas populações tradicionais e refletem sobre a exploração ambiental da Amazônia, evidenciando tanto suas memórias quanto os desafios ambientais enfrentados.
Evna Moura une fotografia analógica e digital para criar imagens que dialogam com a ancestralidade, a espiritualidade afro-amazônica e o meio ambiente urbano amazônico. Seu trabalho visual conecta cultura, identidade e paisagem urbana, chamando atenção para as transformações e tensões ambientais na região.
MAIS FOTÓGRAFAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
o Bárbara Freire: Une fotografia urbana e poética, destacando a relação entre narrativas fotográficas, audiovisuais e documentais em suas imagens, que ora estão no experimental, ora no registro da diversidade visual do Pará.
o Cláudia Leão: Especialista em fotografia experimental, lança mão de processos alquímicos de fotografia, interligando elementos diversos aos processos de revelação de negativos fotográficos e composição física de obras.
o Deia Lima: Sua obra ressignifica a imagem das mulheres e apresenta a identidade visual regional na era digital.
o Jacy Santos: Influenciada pela fotografia documental regional, suas imagens retratam o cotidiano amazônico com um olhar humanista e poético. Seu trabalho é um testemunho visual das identidades sociais e culturais da região.
o Leila Jinkings: Fotógrafa e documentarista com forte envolvimento nos movimentos sociais, sua obra é um registro da luta política e cultural da Amazônia e do Brasil.
o Nailana Thiely: Dedica-se à documentação de culturas indígenas, ribeirinhas e afrodescendentes, acrescentando um olhar intimista aos retratados, o que valoriza a narrativa.
o Nay Jinknss: Com uma abordagem decolonial e social, retrata questões de identidade, feminismo negro e mulheres representativas da cultura amazônica.
o Renata Aguiar: Doutora em Artes Visuais, investiga as relações entre corpo, território, performance fotográfica, autobiografia, ritualidade e cultura artística local, além de abordar a representatividade LGBTQIAPN+ na Amazônia.
o Walda Marques: Mescla fotografia documental e arte conceitual, percorrendo a identidade, a memória e a religiosidade urbana amazônica.
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL CCBB BRASÍLIA
A programação paralela da exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará conta com atividades especiais, como o show Vertentes. A apresentação acontece nos dias 24 e 25 de outubro, trazendo a riqueza musical da região em uma celebração vibrante da cultura amazônica. A exposição possui audiodescrição de obras, audioguia e intérprete de Libras na programação paralela e nos vídeos de divulgação. Mais informações no Instagram e site do CCBB Brasília, respecitivamente, @ccbbbrasilia e bb.com.br/cultura.
CURADORA E DIRETORA ARTÍSTICA – Sissa Aneleh é curadora, pesquisadora, historiadora da arte, diretora artística e gestora cultural, doutora em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB) e mestra em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Com mais de quinze anos de atuação na pesquisa de fotografia, artes plásticas e artes visuais, seu trabalho concentra-se na valorização da produção artística da Amazônia e do Brasil, com ênfase na perspectiva feminina e decolonial. Especialista em fotografia paraense, identidade e território, Sissa desenvolve projetos que ampliam as narrativas visuais da região, desafiando representações hegemônicas e promovendo o protagonismo de mulheres artistas amazônicas. Além da curadoria de exposições nacionais e internacionais, é diretora e curadora geral do Museu das Mulheres.
MUSEU DAS MULHERES – O Museu das Mulheres (Museu DAS) é o primeiro museu dedicado às mulheres no Brasil. Constitui-se como uma instituição de arte privada, fundada em 2022. Nasceu da vontade de reconhecer o valor da produção artística, intelectual e prática das mulheres no Brasil e no mundo. Tem por visão e missão institucionais: impulsionar o avanço das mulheres e valorizar o protagonismo feminino em arte, cultura, literatura, educação, música, patrimônios material e imaterial, tecnologia, história, pesquisa e demais áreas de realização das mulheres. Museu híbrido, atua tanto no universo físico quanto no virtual, lança projetos em ambientes espaciais imersivos e interativos – com Realidade Expandida (XR), Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) – e, por extensão, tem salas expositivas no Metaverso. Possui programação em artes plásticas e visuais, cinema, eventos, além de programa educativo, área de pesquisa, editora e acervo.
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000. Sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis. Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, dispõe de amplos espaços de convivência, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances. Além disso, oferece o Programa Educativo – CCBB Brasília, projeto contínuo de arte-educação, que desenvolve ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz, acolhendo o público espontâneo e, especialmente, estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, por meio de visitas mediadas agendadas. Em 2022, o CCBB Brasília se tornou o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001, cuja renovação anual ratifica o compromisso da instituição com a gestão ambiental e a sustentabilidade.
Acessibilidade
A ação “Vem pro CCBB” conta com uma van que leva o público, gratuitamente, para o CCBB Brasília, de quinta-feira a domingo. A iniciativa reforça o compromisso com a democratização do acesso e a experiência cultural dos visitantes. A van fica estacionada próxima ao ponto de ônibus da Biblioteca Nacional. O acesso é gratuito, mediante retirada de ingresso no site, na bilheteria do CCBB ou ainda pelo QR Code da van. Lembrando que o ingresso garante o lugar na van, que está sujeita à lotação, mas a ausência de ingresso não impede sua utilização. Uma pesquisa de satisfação do usuário pode ser respondida pelo QR Code que consta do vídeo de divulgação exibido no interior do veículo.
Horários da van – De quinta a domingo: Biblioteca Nacional – CCBB: 13h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h, 19h e 20h | CCBB – Biblioteca Nacional: 13h30, 14h30, 15h30, 16h30, 17h30, 18h30, 19h30, 20h30 e 21h30.
Exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará Período: De 26 de agosto a 2 de novembro de 2025 Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 2, Lote 22 - Brasília - DF Ingressos gratuitos: Disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças Informações: (61) 3108-7600 | ccbbdf@bb.com.br